segunda-feira, março 30, 2009

Strong.

Já estou acostumada a não ter esse cheiro, ah, esse cheiro tão gostoso que grudava no travesseiro.
To acostumada também a não ter mais aquele calor, seu calor.
Também, aquele abraço. Ah, aquele abraço apertado em fim de tarde, quando soava fria e triste a palavra despedida.
E da chuva, fininha que caia, e ia se alojando no seu casaco, ia se derramando na tua bochecha, bem rosadinha, e gelada.
E suas palavras, soavam como nota musical, tom por tom, te conhecida de dó, ré, mi... até voltar a ser dó.
Lembro de nós dois deitados, lua quase cheia, e suas palavras eram como se falassem: só lá...
E eu me imaginava longe de você, do outro lado da lua, onde a enxergaria do mesmo jeitinho que você.
E você falava: - acorda, ta sonhando?!
E meu céu da boca coçava como se eu tivesse todas aquelas estrelas dentro do meu céu também... minha vontade era te dizer: - vivo sonhando.
Nunca disse, e não é hora de dizer.
Você é do tipo de homem sem meios, só te conhecem se for por completo.
As brincadeiras de criança escondem o adulto, que se revela aos poucos, quando a piada é seria.
O olhar não nega o coração enorme, por menores que sejam seus olhos. Pretos, cor de jabuticaba madurinha, cílios curvados, - e não me esqueço das bochechas geladas.

Nenhum comentário: