domingo, julho 31, 2011

Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros.
Tati Bernardi.
(…) Os últimos três anos chorando por você serviram ao menos para me secar por dentro.
Tati Bernardi.

sexta-feira, julho 01, 2011

-Olá estranho amigo meu. Há quanto tempo você vem me observando?
- Por volta de um ano, dois.. por mais ou menos a sua existência.
- E porque não viestes falar comigo antes?
- Eu sou um admirador do distante, eu não quero nada e nem ninguém ao meu redor, quero ser só, mais saber que tenho alguém, para ao menos admirar. Escolhi você, espero que não se preocupe, e nem queira que eu vá pra longe, pois só tenho você, mesmo não te tendo.
- Eu não te entendo, então deixe-me ao menos poder me comunicar com você, saia debaixo destas cobertas sujas, levante-se desta valeta.
- Eu não posso!
- Me diga o porque então?
- Porque eu sou menor que o seu pensamento pode pensar. E sabe, eu vejo você todos os dias, trabalhando nesta floricultura!
É lindo o seu sorriso, me cativas quando tu chegas, e da bom dia as rosas, primeiro as brancas, depois as vermelhas, por ultimo as cor de rosa.
- É, eu costumo trabalhar de harmonia com a vida. Mais deixe-me te ver? Porque nunca apareceu? Deixe-me trocar meia dúzia de palavras com você olhando em teus olhos!
- Não posso!
- Então me diga teu nome?


- Anjo da guarda.

quarta-feira, junho 29, 2011

Olhei pra porta. Ela abriu e você chegou. Eu não te via há 3 meses e alguns dias. Foi então que o narrador do meu cérebro pigarreou e mudou o tom. Eu me narro tudo desde que me tenho por cérebro. Como se o tempo todo eu me contasse e contasse o mundo. Para ver se eu existo e se o mundo existe. Para ver se eu me suporto e se suporto o mundo e se o mundo me suporta. É insuportável, mas o tempo todo minha cabeça narra tudo. Minuciosamente, detalhadamente, dolorosamente. O tempo todo eu cavoco o segundo, o pó, a pele, o que se diz, o que se parece. Tentando narrar o mais profundo do profundo do que eu poderia narrar. Só pra responder o mais profundo do profundo do que eu poderia perguntar. Então o narrador começou dizendo assim "e então ele entrou por aquela porta".
VOCÊ entrou por aquela porta! (...)
Então apagaram a luz e eu quis me esconder dentro do seu paletozinho de publicitário descolado e ouvir suas batidas descompassadas e embaladas pelo seu cheiro de alma boa. Mas você pegou na minha mão e continuou dizendo que uma mão, muitas vezes, é apenas uma mão. Mas que eu insistia em enxergar os buracos entre os dedos, os anéis que separavam os dedos, a dor da separação dos dedos, a gota da bebida gelada entre os dedos. E que você não poderia suportar isso. A maneira como eu te olhava. Vendo mais, inventando mais, complicando mais. E eu quis te dizer que tudo bem, eu seria uma menina simples. Eu mataria meu narrador, minhas possibilidades, meus mundos, minhas invenções. Só de ver seus cachos mais grisalhos e rococós ornando seus medos e superficialidades eu desejei não ser mais eu pra ser qualquer coisa que pudesse ser sua...


Tati Bernardi.

segunda-feira, maio 23, 2011

I hope its you.

Me da, às vezes, aquela interrupta vontade de clicar um “delete” em cima de você.


E nem matar a saudade... Ir direto na lixeira e escolher a opção “sim, eu tenho certeza disso.” E pensar que eu tenho absoluta certeza disso, e me convencer de que toda certeza do mundo está em mim...


Mas quando me deparo com o “desktop”, tem você no plano de fundo. Naquela curta viajem que fizemos, que nem fomos juntos, que nem estávamos juntos, que te beijei no rosto, que precisei te ver como amigo. Em que nem eu era sua e nem você era meu, mas éramos nossos. E somente nosso olhar distinguia a intensidade daquilo tudo.


Seu abraço era meu, e o meu sorriso era completamente seu.


Por horas ali olhando aquele momento registrado em mera fotografia, começa toda aquela proteção de tela... Com a foto da capa do cd que era da nossa musica, só nossa, feita para nós...


Socorro! Corro para tirar aquilo, e me desligar de todas aquelas imagens que passava na minha cabeça... Era você, você e eu, eu e você, coisas nossas, momentos nossos... Agora tão meus. Tão lembranças apenas minhas.


Tento me distrair, entrar em todos os sites de relacionamentos que sou cadastrada, procurar alguém legal pra conversar... Para marcar a cerveja da sexta a noite. A balada do sábado mais tarde ainda!


E quando vou digitar minha senha: I hope its you.


I HOPE ITS YOU!!!


É sempre assim.


Tenho que trocar a senha. Tenho que trocar o pensamento. Tenho que trocar você.


Mas como substituir a memória, substituir você... Quase impossível.


Vale tentar. Vale a pena inventar. Vale arriscar.