Eu sempre soube que nós dois nunca daríamos certo. Mas mesmo assim, por instinto ou intuição resolvi arriscar. Não sei por que confiei no seu instinto, me ganhou feito criança e doces. Mas tudo bem, falo por hora da distância. E pelo fato do meu amor não ser seu.
E me perdoe se te fiz por um segundo pensar no tempo em que leva daí até aqui. Digo-lhe da distância dos nossos sentimentos. Da distância que afasta o eu do seu eu.
Te dei meu coração em uma caixa e disse: “olha, cuide, mas cuide bem. E não abra, para que eu desapareça. Pois eu te quero bem, e quero que me queira também!” E me quis, e me guardou, e me segurou ali. Eu resolvi que te amaria, que lhe entregaria também a alma.
Mas amor não é assim, e ninguém nunca explicou isso para mim. A intenção nunca foi esta. Mas não se ensina o que presta. E muito menos a amar. Foi quando me disse: “basta!”. E eu não soube entender. O que fiz de errado? Onde errei com você?
No fundo eu sempre soube, só nunca quis admitir. Não te amei, me forcei, esforcei, e talvez consegui. Mas se eu visitar os caminhos que visitei ao teu lado, de você recordarei, meu amor que quis viver. E se eu levar a vida que inventamos, também te levo comigo, como amigo, ou como alguém que talvez amei. Quando amei não foi só a cama, não foi só o beijo, não foi só o nada. Amei te cuidar, amei te mimar, amei o amar desse jeito gentil.
Amei ser gentil. Amei me superar. Amei te ensinar. Amei aprender. Mas tudo bem se não puder entender, e tudo bem se eu não souber explicar. Soube viver, soubemos admirar o que construímos, e sofremos com a dor do desapego.
Que você encontre abrigo, aqui lhe dou meu ombro amigo, amor que não pude cuidar.
Perdão, mas guardei, e aqui está todo o meu amor; num pote, aos prantos, e nos pratos.
Um comentário:
que lindo texto. às vezes, muito constantemente pra falar a verdade, eu me sinto assim.. é ruim. e cansa.
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